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Terapia para quê?

  • Foto do escritor: Giulianna Ruiz
    Giulianna Ruiz
  • 3 de out. de 2020
  • 4 min de leitura

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A primeira vez que eu fui à terapia, eu estava no segundo ano da faculdade de psicologia e me lembro que o meu interesse surgiu “só”por conta da faculdade. Eu pensei: “Se quero atuar nessa área, preciso conhecer como funciona”. Mal sabia eu quanta coisa tinha ali pra eu cuidar, olhar, ressignificar e me desenvolver. Na época, eu estava em um relacionamento tóxico, mas achava normal (eu já acreditei que “relacionamento é assim mesmo” e que “com o tempo melhora” e que “comigo seria diferente”). Faz parte, né? Ainda bem que passou! E demorou, viu?! Não foi na primeira sessão, nem no primeiro, segundo ou terceiro ano…. Foi um grande processo, na verdade! E sempre é. Estamos todas em (des)construção!


Não foi a terapia que me fez sair dessa relação. Eu ainda não entendia muito bem qual era o papel das sessões na minha vida. Era mais fácil ir e reclamar de todos ao invés de olhar para mim, ver onde é que eu estava errando, o que eu estava escolhendo, como estava me comportando e como eu podia me tornar responsável pela minha vida, por administrar as minhas emoções, sentimentos e ações.


Eu já faço terapia há mais de 10 anos e AMO! Desde então, eu uso outros recursos para me desenvolver: faço cursos, imersões, muitas leituras, trocas, experiências, terapias complementares, acompanhamento com psiquiatra, uso de medicação, exercício fisico (que confesso estar em falta há algum tempo e que é sempre o meu maior desafio), meditação, entre outras coisinhas mais. Me lembro que teve uma época em que eu dizia que eu queria ganhar muito dinheiro para poder cuidar de mim da melhor forma possível e para o resto da vida. Acho que o Universo tem me ouvido! Rs...


Nesse período, passei por processos com psicólogas diferentes e todas me ajudaram MUITO. Algumas, inclusive, a não ser igual a elas! 🤭 Mas quando paro para olhar a minha linha do tempo, lembro que a primeira psicóloga me ensinou a falar da maneira mais clara possível com as pessoas. Deixo os termos técnicos de lado, ou os explico, ou uso na hora dos meus estudos.


Depois, aprendi a sair para comprar calças jeans sozinha e que a gente pode usar muitas situações e pessoas externas para tentar justificar o fracasso que está a nossa vida ou em nossa relação amorosa, mas que no fim, a única pessoa responsável pelo que estamos vivendo, somos nós mesmas (em grande parte dos casos).


Também foi na terapia que eu descobri o meu lado “mulher que ama demais”, inclusive, por isso comecei a trabalhar com mulheres e criei projetos, incluindo o DonnaDela! ❤️


Ainda, descobri que a minha dependência ia muito além dos relacionamentos amorosos e consegui “cortar o cordão umbilical”, sem precisar cortar as minhas relações familiares. O primeiro corte que eu fiz foi o profissional, quando deixei de trabalhar no negócio da família e vim parar onde estou hoje! 🥳


Foi por meio da terapia que eu aprendi a administrar melhor os meus impulsos, as minhas exposições e desenvolver a autorresponsabilidade. E quer saber? Autorresponsabilidade não é se responsabilizar por absolutamente tudo o que acontece com você, porquê tem situações que a gente vive que realmente não são legais e com pessoas que também não são.


Autorresponsabilidade tem a ver com cuidar de você quando o outro te machuca, por exemplo. Saber que você foi mal educada em uma discussão, se responsabilizar por isso, mas não isentar o outro da própria parcela de responsabilidade. É também “sair da mesa quando o amor (e o respeito) não está sendo mais servido”. Assim como é você olhar para a sua vida toda “padrãozinha”, ver que não está feliz e buscar estratégias para sair disso e criar a vida que você tanto deseja viver!


Em um dos meus processos, aprendi que relacionamento não precisa de status para ser relacionamento. Às vezes, ele só é! E que não é um status também que vai mudar a condição da relação, pois ela precisa ser cultivada todos os dias! É como eu sempre digo: O “felizes para sempre precisa ser construído diariamente”.


Foi com a psicoterapia que eu fui morar sozinha pela primeira vez. E também foi por meio dela que eu pude voltar para a casa dos meus pais, sem achar que eu estava dando um passo para trás. Inclusive, é por isso que hoje eu consigo enxergar o lado positivo na maioria das situações, por mais difíceis e desafiadoras que elas pareçam ser. Aliás, é por isso que hoje é mais fácil acolher os meus sentimentos, as minhas dúvidas, os meus medos e até a minha ansiedade.


A terapia me salvou de mim, dos padrões aprisionadores e castradores que tanto nos limitam e me ajuda a ser uma pessoa melhor comigo mesma e, consequentemente com quem está a minha volta, todos os dias!


Estou contanto tudo isso porque muitas pessoas ainda acreditam que a terapia é um processo só pra quem está passando por problemas e dificuldades. Mas terapia tem a ver com se conhecer melhor e usar tudo o que você já tem ao seu favor, a se desenvolver em todas as áreas da sua vida, a desenvolver relações mais saudáveis e prazerosas, a criar e viver uma vida que faça mais sentido para você!


E você, já marcou a sua sessão de terapia?


Vamos juntas!

 
 
 

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